terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Como rebobinar nosso VHS do tempo



A situação pode andar intensamente perigosa, mas a “estabilidade” lhe dá a face aparente do oposto. Em toda edição jornalística é comum a presença de personalidades engajadas, incansáveis, estas, na tentativa quase súplica de nos abrir os olhos. A liberdade de expressão traz consigo a vantagem de preço incalculável do acesso direto aos nossos direitos e deveres como cidadão universal. Acordamos, dormimos, ou mesmo fazemos nossas refeições diárias conhecendo o problema da falta de ética na política do nosso país.


Mas apesar deste saber, teimamos em ignorar nossa participação ativa nessa adversidade e a lista de compromissos éticos que nós, cidadãos comuns, possuímos todos os dias de vida. Com isso, insistimos em nos manter estagnados frente à formação de opinião. Tudo me leva a crer que a principal causa do nosso ócio argumentativo seja o cansaço (físico, mental, e para os acéticos até espiritual).

Em análise, podemos observar a ramificação desse cansaço, e suas diversas características. Há, nos dias atuais, um notável cansaço histórico, que parte da crença de que nossos antepassados já conquistaram tudo o que um dia se sonhou possível, e com isso logo estamos inseridos no vazio da poética ideológica.

Um outro cansaço evidente, que afeta – estando eu certa nessa minha teoria – o nosso senso crítico, e nos faz dar preferência aos capítulos da novela do Manoel Carlos, e a última nova experiência da Sasha pelas terras do Tio Sam, à repensar e discutir reformas sociais, seria o cansaço cotidiano da contemporaneidade.

O homem contemporâneo criou uma ilusão de versatilidade quando produziu notebooks, iphones, itutes, blockberrys, bluetooths e second lifes, tudo na intenção de reinventar a comunicação e agilizá-la. No entanto ele agravou conflitos de congestionamentos no trânsito, caos urbano, doenças por ansiedade e nunca teve tão pouco tempo livre, desde a Idade Média. É perceptível que toda essa saturação no modo de vida pós-moderno nos encaminhou para estarmos a parte do interesse por valores como ética e respeito, e também pudera!

Para o descanso da mente precisamos trabalhar na recuperação da poesia e do ludismo, desacelerar esse ritmo crescente, travar essa tendência e rebobinar tudo. No sentido avesso, temos novamente que pensar em questões de importância sócio-universal e na aplicação da ÉTICA como um valor virtuoso e sem preço capital. Apenas após a colocação desta palavra, poderemos fazer o uso de outra: desenvolvimento.


Diana Lhama

4 comentários:

  1. diana super cult hihi!!!!
    tem um blog de um amigo meu q vc vai adorar, eh bem a sua cara www.vireigringo.blogspot.com

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  2. Tudo seria diferente se o índio tivesse despido o português.

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  3. "Tudo seria diferente de o índio tivesse despido o português"

    Perfeitamente resumido

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