domingo, 31 de janeiro de 2010

Dispensando minhas habilidades maternas



Me canta em teu colo
Me ensina em cafuné
Me deita teu solo
Me cobre tua fé

Sou pequena para em tuas mãos me perder
Me deixa te dormir, te sonhar e te ler
Sobre mim, vire meu próprio escudo
Protege que eu sou teu erê


Diana Lhama

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Como rebobinar nosso VHS do tempo



A situação pode andar intensamente perigosa, mas a “estabilidade” lhe dá a face aparente do oposto. Em toda edição jornalística é comum a presença de personalidades engajadas, incansáveis, estas, na tentativa quase súplica de nos abrir os olhos. A liberdade de expressão traz consigo a vantagem de preço incalculável do acesso direto aos nossos direitos e deveres como cidadão universal. Acordamos, dormimos, ou mesmo fazemos nossas refeições diárias conhecendo o problema da falta de ética na política do nosso país.


Mas apesar deste saber, teimamos em ignorar nossa participação ativa nessa adversidade e a lista de compromissos éticos que nós, cidadãos comuns, possuímos todos os dias de vida. Com isso, insistimos em nos manter estagnados frente à formação de opinião. Tudo me leva a crer que a principal causa do nosso ócio argumentativo seja o cansaço (físico, mental, e para os acéticos até espiritual).

Em análise, podemos observar a ramificação desse cansaço, e suas diversas características. Há, nos dias atuais, um notável cansaço histórico, que parte da crença de que nossos antepassados já conquistaram tudo o que um dia se sonhou possível, e com isso logo estamos inseridos no vazio da poética ideológica.

Um outro cansaço evidente, que afeta – estando eu certa nessa minha teoria – o nosso senso crítico, e nos faz dar preferência aos capítulos da novela do Manoel Carlos, e a última nova experiência da Sasha pelas terras do Tio Sam, à repensar e discutir reformas sociais, seria o cansaço cotidiano da contemporaneidade.

O homem contemporâneo criou uma ilusão de versatilidade quando produziu notebooks, iphones, itutes, blockberrys, bluetooths e second lifes, tudo na intenção de reinventar a comunicação e agilizá-la. No entanto ele agravou conflitos de congestionamentos no trânsito, caos urbano, doenças por ansiedade e nunca teve tão pouco tempo livre, desde a Idade Média. É perceptível que toda essa saturação no modo de vida pós-moderno nos encaminhou para estarmos a parte do interesse por valores como ética e respeito, e também pudera!

Para o descanso da mente precisamos trabalhar na recuperação da poesia e do ludismo, desacelerar esse ritmo crescente, travar essa tendência e rebobinar tudo. No sentido avesso, temos novamente que pensar em questões de importância sócio-universal e na aplicação da ÉTICA como um valor virtuoso e sem preço capital. Apenas após a colocação desta palavra, poderemos fazer o uso de outra: desenvolvimento.


Diana Lhama